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Foto do escritorDra Helena Villela Rosa

Queda no número de usuários de planos de saúde pode sobrecarregar o SUS, alertam especialistas

Entre março e julho, período de avanço acelerado do novo coronavírus no país, 327 mil brasileiros ficaram sem plano de saúde, de acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde). O número de beneficiários caiu de 47 milhões para 46,7 milhões, informou a Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (31). A evasão de beneficiários não só afogou ainda mais o sistema público, que vivenciou os limites de sua capacidade, como acentuou a queda da receita de hospitais e seguradoras no setor privado. O cenário, entretanto, trouxe ensinamentos importantes para o futuro da saúde brasileira no pós-pandemia. Para especialistas reunidos na sétima edição do fórum A Saúde do Brasil, realizado pela Folha nos dias 26 e 27 de agosto, a complementaridade entre público e privado é peça-chave na preparação do sistema para futuras crises e gestão da demanda reprimida que começa a retornar agora aos hospitais. A saúde complementar ainda está muito relacionada com o emprego, apontou Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), ao explicar que a queda no número de beneficiários está relacionada à situação econômica no país, que aniquilou 8,9 milhões de postos de trabalho só no segundo trimestre do ano, segundo o IBGE. Desde março, dados da Agência Nacional de Saúde mostram que 311 mil pessoas deixaram planos coletivos empresariais de assistência médica. De 31,7 milhões de beneficiários na categoria, o número caiu para 31,4 milhões. A FenaSaúde reúne as maiores empresas do setor. Para abrir mais possibilidades, Valente vê a necessidade de discutir maior flexibilização e criação de modelos para atrair usuários. “Vai ter sempre uma parcela da população que vai depender somente do SUS, mas, se você consegue trazer uma parte [para o privado], você desafoga o sistema público”, completou. Médico infectologista e ex-coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo, David Uip diz ser “absolutamente necessário” que a saúde pública e privada trabalhem em conjunto, não apenas em momentos de crise. Se o Brasil sustentou essa epidemia, deveu-se à integração do SUS, extremamente competente, e da medicina de convênios”, disse. “Em São Paulo, por exemplo, não sucumbimos, diferentemente de outras metrópoles como Nova York, porque temos um sistema que funciona bem.” Com uma experiência de mais de 40 anos trabalhando no sistema público, Uip conhece de perto as limitações do sistema, como repasses insuficientes por parte do governo federal e o excesso de burocracia. “Posso dar um exemplo de eficiência que estamos vivendo agora na pandemia. O índice de mortalidade intrahospitalar, especialmente na UTI, está variando de 8% a 80%”, diz Uip. A diferença, explica o médico, está entre um hospital ser bem estruturado, protocolado e ter profissionais treinados adequadamente e o outro, não. “Quando você tem essa eficiência, você tem todos os caminhos encurtados porque tem como agir da melhor forma e também cai o custo”, completa. Fonte NK Consultores / Folha de São Paulo.

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