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Foto do escritorDra Helena Villela Rosa

Programa de rastreamento para hepatite C em gestantes durante o pré-natal será incorporado ao SUS

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou, nesta sexta-feira (21), a incorporação da testagem universal para hepatite C em gestantes no pré-natal no SUS. Há evidências de que mulheres grávidas diagnosticadas com a doença estão sob maior risco de piores desfechos maternos e neonatais, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, hemorragia e parto prematuro. Atualmente, a testagem em gestantes é recomendada somente para mulheres com pelo menos um dos seguintes fatores de risco: infecção pelo HIV, histórico de uso de drogas ilícitas, antecedentes de transfusão ou transplante antes de 1993, mulheres submetidas à hemodiálise ou com elevação de enzimas específicas no sangue sem outra causa clínica evidente, e profissionais de saúde com história de acidente com material biológico. A ampliação da testagem para o primeiro trimestre de gravidez busca intensificar ações para oferta de tratamento e prevenção da transmissão vertical, quando mães infectadas transmitem para os filhos. A hepatite C na gravidez está relacionada a consequências desfavoráveis para a gestante e para os recém-nascidos, como aumento da incidência de câncer no fígado, cirrose, necessidade de transplante de fígado, utilização de serviços de saúde e mortalidade. Entre todos os tipos de hepatites virais, a maioria das mortes é causada pela hepatite C. De 2000 a 2017, foram identificadas 53.7 mil mortes associadas a esta doença. A hepatite C é causada por um vírus (HCV) que provoca inflamação do fígado. A transmissão se dá pelo contato com sangue contaminado, por via sexual e por transmissão vertical (da mãe para o filho). Na maioria dos casos, a forma aguda da doença não apresenta sintomas, o que dificulta o diagnóstico e o início do tratamento. Como consequência disso, 60 a 85% dos casos se tornam crônicos e 20% evoluem para cirrose. Após estudos iniciais feitos pela Conitec, com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança, custo-efetividade e impacto orçamentário da medida. O rastreamento pode ser definido como a aplicação de testes diagnósticos ou procedimentos a pessoas assintomáticas com o objetivo de dividi-las em dois grupos: aquelas que têm doenças ou condições clínicas para as quais o tratamento precoce traria benefício e aquelas que não as têm. Esses exames diagnósticos serão realizados principalmente no nível primário de atenção à saúde na primeira consulta de pré-natal, em conjunto com os testes já recomendados para HIV, sífilis e hepatite B (HBV). As gestantes infectadas serão encaminhadas para os serviços de saúde adequados de acordo com o quadro clínico para acompanhamento, realização de exames complementares e tratamento após o parto. Os recém-nascidos serão testados em momento oportuno e acompanhados para a realização dos procedimentos em saúde necessários. A estratégia de rastreamento foi pactuada no Plano Nacional de Eliminação da Hepatite C, no qual se identificam as crianças nascidas de gestantes infectadas por HCV como grupo prioritário.

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