Pesquisa estima que 20 mil leitos podem ser fechados depois do piso da enfermagem
- Dra Helena Villela Rosa
- 25 de ago. de 2022
- 2 min de leitura
Medida também trará um impacto de cerca de 60% na folha de pagamento de hospitais e centros especializados
O novo piso salarial da enfermagem pode provocar o fechamento de 20 mil leitos e gerar um impacto em média de 60% na folha de pagamento de hospitais e centros especializados, segundo uma pesquisa conduzida por cinco entidades do setor médico. O levantamento contou com a participação de mais 2.511 estabelecimentos de saúde de todo o país.
O estudo foi feito pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).
O levantamento mostra que, caso não seja apresentada uma solução ao problema do piso salarial para a enfermagem, lei aprovada sem a identificação da fonte de custeio, 51% dos centros especializados terão de reduzir o número de leitos para seguir funcionando. Além disso, 77% terão de reduzir o corpo de enfermagem, 65% terão de reduzir o quadro de colaboradores em outras áreas e 59% terão de cancelar investimentos.
A pesquisa também mostra que a folha de pagamento, que já representava a maior despesa dos hospitais, será onerada, em média, em 60% — no caso de hospitais de pequeno porte, esse número sobe para 64%. Em relação à redução de leitos, o levantamento mostra que serão fechados cerca de 27 leitos por instituição, ou seja, mais de 20 mil leitos, e que mais de 83 mil postos de trabalho terão de ser fechados apenas nas instituições que participaram do levantamento.
Apresentada nesta quarta-feira (24/8) durante o 30º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, realizado em Brasília, a pesquisa reforça o alerta do setor de saúde, que busca alternativas para resolver uma crise financeira que pode ser desencadeada com o novo piso salarial da enfermagem.
“Nós não queremos deixar de pagar um valor que consideramos justo para essa categoria, mas precisamos ter vias para cumprir com a nova lei, e esses dados mostram que a nossa situação é complicada, com o risco até do fechamento de instituições menores”, declarou ao JOTA Mirocles Véras, presidente da CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas), durante o evento.
A CMB e os outros órgãos responsáveis pela pesquisa aguardam a análise do pedido de liminar na ação solicitando a declaração de inconstitucionalidade da nova regra. (Fonte: O Jota)
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