Praticamente tudo ou está sendo revisto ou reprogramado em função da brutal e repentina demanda global por antibióticos, anestésicos e até antidepressivos e anticoncepcionais na esteira da mais grave crise sanitária dos últimos cem anos. Está em curso desde uma reavaliação detalhada do rol de moléculas dentro das expertises de cada um dos líderes globais de medicamentos, até uma aceleração no desenvolvimento de fármacos, vacinas e novos medicamentos nos grandes laboratórios farmacêuticos: tudo em nome do enfrentamento da emergência global da covid-19. No momento, entretanto, ninguém arrisca dimensionar a repercussão da pandemia para o negócio de medicamentos ao redor do mundo. Centenários laboratórios globais da farmacêutica como Sanofi, Bayer, Pfizer, GSK, Novartis ou líderes nacionais como Cristália, Eurofarma, EMS e até startups brasileiras estão numa corrida sem precedentes para capturar ou catapultar resultados no mercado de remédios e terapias. “Nós fizemos uma ampla revisão de nossas moléculas e temos, hoje, investimentos em cerca de cem delas com potenciais para auxiliar nos efeitos do covid-19”, afirma Adib Jacob, presidente da alemã Bayer Pharma para a América Latina. Todo o esforço e agilidade contam na divisão internacional do trabalho em todos os centros de pesquisa das multinacionais pelo mundo, alguns só para a fase de testes finais da pesquisa clínica. Há uma corrida global com cerca de uma centena de candidatos somente para a produção de vacinas contra a covid-19, e pelo menos 18 deles estão em fase adiantada de pesquisa clínicas. A francesa Sanofi, líder mundial de vacinas, e a britânica GlaxoSmithKlaine (GSK) fizeram uma aliança para somar capacidade de produção de pelo menos 1 bilhão de doses da vacina, que está em fase de testes na Europa.
Uma guinada brusca é a melhor imagem de o que acontece em 2020 no setor farmacêutico, destacou o Valor Econômico.
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