Está em avaliação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) a incorporação do medicamento cabozantinibe como primeira opção de tratamento para pacientes com câncer renal em estágios intermediário ou alto da doença. A demanda é do laboratório produtor do medicamento e tem recomendação preliminar desfavorável da Comissão, que considerou não existirem benefícios adicionais em comparação às opções já disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Agora o tema segue para receber as contribuições da sociedade até o dia 14 de setembro.
O câncer renal é responsável por aproximadamente 3% dos cânceres de adultos nos países ocidentais. No Brasil, uma média de 6,9 a 10,2 casos para cada 100 mil habitantes. A maior parte dos pacientes é do sexo masculino, de cor branca e idade média de 60 anos. O cabozantinibe inibe a tirosina quinase (TKI), uma proteína relacionada a diversos processos celulares fundamentais, como a proliferação, diferenciação, mobilidade, sobrevivência e morte. Dessa forma, inibe a progressão cancerígena e também a formação de metástases. Dentre os efeitos adversos relacionados ao seu uso, pode-se destacar: hipertensão arterial, diarreia, fadiga, aumento das enzimas AST e ALT (ligadas ao funcionamento do fígado), náuseas, vômitos, diminuição do apetite e do paladar, diminuição da contagem de plaquetas e de magnésio no sangue, estomatite, anemia, diminuição do peso, indigestão, constipação intestinal e obstrução de artérias pulmonares por coágulos. A Conitec analisou os estudos que trataram dos resultados esperados como eficácia, segurança e impacto orçamentário desse medicamento, comparando-os aos já disponíveis no SUS e recomendou inicialmente a não incorporação.
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